sexta-feira, 20 de junho de 2008

A paixão pela tradição


Tudo começa com o sonho de deixar a sua marca enquanto estudante. Quem vive a vida estudantil querendo aprender vivências diferentes acaba por si só seguir por um caminho um tanto diferente. Fazer parte de uma tuna é muito mais do que cantar ou tocar, é participar no que de melhor o espírito académico tem: a união, o companheirismo, a vontade de deixar um legado que outras pessoas irão seguir e, acima de tudo, fazer parte do que é Coimbra na sua essência. O orgulho de quem pertence a uma Tuna transparece em cada actuação, em cada momento que o grupo se junta para dar o melhor de si.





(boa disposição numa das actuações da Quantunna)

K&Batuna, Quantunna – Tuna Mista da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra - e Estudantina Universitária de Coimbra são três tunas diferentes mas que têm o objectivo comum de levar a cidade para todo o lado. Quer dentro de Portugal quer além-mar, todas cantam Coimbra, os seus hábitos, as suas gentes. Membro da K&Batuna e licenciada em Teatro na Escola Superior de Educação de Coimbra, Manuela Rocha confessa que “gostamos de tocar e cantar canções que reflectem o nosso quotidiano como estudantes de Coimbra, e claro, apanhar bebedeiras, saudáveis, juntos!”. A K&Batuna é a tuna mista da Escola Superior de Educação de Coimbra (ESEC) e dela fazem parte alunos da ESEC e antigos alunos que ficaram por Coimbra a trabalhar. A Quantunna é, igualmente, uma tuna mista mas esta pertence a uma faculdade da Universidade de Coimbra. Mário Alfaia, ensaiador da tuna e estudante de biologia, defende a sua tuna com muito apreço. Para ele a Quantunna “tem sido até agora uma tuna que defende ideais, como levar mais alto as vozes mistas”. João Peixoto, estudante de Comunicação e Design Multimédia e membro da Estudantina Universitária de Coimbra, define-a como “ um grupo de música mas acima de tudo um grupo de amigos, uma família.”.

Ambiente nos ensaios

Com um ambiente bem descontraído mas responsável, os ensaios decorrem com tranquilidade, diversão mas também com muito rigor. É importante que se ensaiem bem as músicas porque é através delas que as tunas vão mostrar o seu valor. “É um ambiente onde o rigor é importantíssimo e por isso um lugar serio, contudo animado” revela João Peixoto.

(actuação Estudantina)

As actuações

Como é através das actuações que as tunas revelam o melhor de si, há sempre o cuidado de haver uma preparação prévia como o aquecimento vocal e, por vezes, aquecimento da garganta literalmente. Como é obvio não poderia faltar uma bebida ou outra para animar e distrair um pouco da tenção que se sente.

Como revela Mário Alfaia, “passado o nervoso miudinho, o ambiente em actuações normalmente muito bom.”.

A praxe

Nas três tunas está bem visível a praxe. Como manda a boa praxe coimbrã, existe uma hierarquia que, nas três é cumprida com o rigor necessário.

Na K&Batuna os níveis hierárquicos são: tuínos (mistura de tuno com suíno, ou seja, os caloiros), tuninhos, tunos, tunão. Este último praxa todos, incluindo os tunos. Os que mais sofrem com a praxe são os tuínos. A praxe não costuma ser muito dura, mas também não chega ao ponto de ser humilhante, ela apenas serve como forma de integração na tuna. A praxe existe, constantemente, tanto nas actuações como nos ensaios.

Já no caso da Quanttuna não há nenhuma praxe específica, salvo algum “ritual”, se assim se pode chamar, aquando da passagem de caloiros a Quantunnos. De resto, a praxe na Quantunna, para além de ir ao encontro com a Praxe da Academia Coimbrã, inclui o transporte dos instrumentos e material que é necessário para as suas actividades.

Na Estudantina há uma hierarquia: projecto, caloiro e estudantino. A praxe na estudantina, tal como noutros grupos do género, tem como vista a integração no grupo sendo um projecto alguém que chega e que pretende tocar e cantar no grupo. Passa de projecto a caloiro quando consegue acompanhar os estudantinos – quando já estão verdadeiramente integrados e consigam tocar e cantar as músicas – nas suas actuações.

Como defines a tua tuna?

Manuela Rocha - É uma tuna heterogénea. Existe todo o tipo de pessoas. Ela é constituída por elementos que são estudantes da ESEC, e por algumas pessoas que já acabaram os cursos e que ficaram em Coimbra a trabalhar. A minha tuna, a K&Batuna, é a maior!!!!! Apesar de haver a hierarquia de praxe, no fundo somos todos iguais, todos queremos passar um bom tempo juntos, como um grupo de amigos. Tocar e cantar canções que reflectem o nosso quotidiano como estudantes de Coimbra, e claro, apanhar bebedeiras, saudáveis, juntos.



(actuação K&Batuna)

João Peixoto - Sendo a estudantina uma estudantina e não uma tuna, posso definir que somos um grupo de música mas acima de tudo um grupo de amigos uma família.

Mário Alfaia - M - A minha tuna… Quantunna – Tuna Mista da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra! Foi e ainda é um projecto que acompanho desde o meu primeiro ano na universidade. É uma tuna (na minha opinião) muito divertida, com um espírito muito próprio. Tem sido até agora uma tuna que defende ideais, como levar mais alto as vozes mistas (e acredita que é um desafio muito grande, principalmente em Coimbra). A Quantunna tem 12 anos, idade complicada (crise da adolescência), mesmo assim não troco a Quantunna por qualquer outra tuna. Orgulho-me de ter dado à Quantunna uma boa parte da minha vida académica. E mais que isso, fica tudo o que já recebi e certamente ainda vou receber.

(actuação Quantunna)

A paixão pelas tunas vem fazendo parte da alma coimbrã desde sempre e, dependendo da vontade destes três jovens, a tradição vai manter-se por muito mais tempo. Porque “por Coimbra não vai nada, nada, nada? TUDO!”

quinta-feira, 19 de junho de 2008




Aluno do quarto ano do curso de Jornalismo da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e director do Jornal Universitário de Coimbra A Cabra, Hélder Almeida fala de como é assumir a responsabilidade de ser director de um jornal feito por estudantes e para estudantes.



Inês Almeida- Como é ser director de um jornal, sendo ainda estudante?

Hélder Almeida - Tem duas facetas. Por um lado, é óptimo pois permite-me praticar, o que não teria possibilidade de fazer estando apenas a frequentar o curso de Jornalismo na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. N’ A CABRA definimos um projecto jornalístico e levamo-lo em frente. E o que é mais fascinante é que é um projecto levado a cabo apenas por estudantes (de todos os cursos e de todas as instituições de ensino) sem ser preciso o aval ou a orientação de qualquer professor. Para o bem e para o mal, estamos por nossa conta. A faceta menos positiva é o tempo que nos leva. Para fazer um bom trabalho é necessário passar muito tempo na redacção, perder muitas noites de sono, perder muitos fins-de-semana com os pais ou com os amigos e prescindir de quase todo o tempo livre que se tem. Ainda assim, o que se ganha compensa largamente o que se perde.

IA - É muito difícil conciliar os estudos com as responsabilidades do jornal?

HA - Este é outro aspecto menos positivo. Sim, é difícil conciliar as duas coisas. É necessário faltar a muitas aulas e substituir o tempo de estudo por tempo para redigir, corrigir e paginar artigos. Eu, por exemplo, consegui durante este ano, ir a uma média de duas aulas por semana. É uma actividade que, se se quer bem feita, nos toma muito tempo.

IA - Sendo os redactores pessoas quase da sua idade, tal facto não pode interferir com o bom funcionamento da redacção?

HA - N’ A CABRA somos quase todos da mesma idade (entre os 19 anos e os 25) e a redacção sempre funcionou muito bem. É uma redacção bastante jovem. O que perdemos em experiência ganhamos em vontade de arriscar e de fazer diferente.


IA - Como foi aceitar este desafio? Teve de ponderar muito ou foi uma decisão fácil?

HA - Eu já fazia parte da equipa editorial do jornal no ano passado, era editor de Ensino Superior. Quando fui convidado para o cargo de editor é que ponderei mais, se bem que aceitei rapidamente o desafio, pois não é todos os dias que se tem a oportunidade de fazer um jornal do zero. Um ano passou e, chegado o momento das substituições, fui falado para director, tendo sido posteriormente eleito pela equipa editorial (todas as decisões tomadas na direcção são-no democraticamente, através de voto). Depois de se estar na direcção, é um percurso natural, para qualquer editor. Agora, ponderei bastante aquilo que me esperava se aceitasse? Sim, sem dúvida, até porque dizer sim implica um comprometimento total para com o jornal e a equipa, 24 horas por dia e sete dias por semana, se tal for necessário. Pensei se estava realmente disposto a isso. E estava…

IA - Já teve algum momento em que lhe apetecesse desistir?

HA - Há momentos muito desgastantes ao longo do ano. A fase de exames é muito complicada (o jornal não deixa de sair por haver exames) e ao final de algumas edições o cansaço começa a pesar. São muitas noites sem dormir, problemas para resolver, trabalhos para a faculdade ao mesmo tempo… Houve um momento, em que tive um problema pessoal, em que talvez tenha pensado nisso. Mas para dizer a verdade nunca foi opção para mim, era fruto da pressão. Tinha-me comprometido com a equipa e com o jornal, nunca poderia abdicar. Para além do mais, estar à frente de um jornal como A CABRA é das experiências mais gratificantes que tive até agora. Acho que nunca conseguiria dizer que desistia.

IA - Para além de lhe dar muita experiência, acha que o facto de ser director de um jornal ainda enquanto estudante, lhe pode abrir portas no futuro?

HA - Isso não sei. Sei sim que vou muito mais bem preparado para uma redacção do que alguém que nunca tenha feito mais nada senão o curso. Sei como funcionam as rotinas, sei o que é o stress do deadline, sei o peso de cada caracter… Entrevistei pessoalmente ministros, escritores, artistas e pessoas simples na rua. Saio com uma enorme experiência de redacção, o que é uma grande mais valia.

quinta-feira, 1 de maio de 2008

"O cidadão jornalista versus jornalista profissional"

Um jornalista é aquele que informa, aquele que procura a informação, aquele que vive da informação. Estar no momento certo à hora certa é sem dúvida uma busca desenfreada do jornalista. O desenvolvimento atingido, hoje em dia, pela tecnologia permite que o próprio cidadão seja activo na “arte” de informar e de captar a informação. Como não basta contar o que aconteceu em dado momento, em certa altura há a necessidade de captar, de registar cada pedaço dos acontecimentos. É neste ponto que as novas tecnologias se tornam cruciais. Um simples telemóvel pode captar o que poderá ser a notícia do ano ou a informação mais importante num certo caso. O cidadão comum, assim capacitado de registar ele próprio cada momento, passa a ser um informador, um jornalista. O cidadão ao mesmo tempo que é fonte é participante na própria notícia.
A internet foi, também, fomentadora do cidadão jornalismo porque é uma porta aberta a tudo o que se possa querer procurar. A ela está associada o crescimento desenfreado dos blogs. Assim, dentro da “blogosfera”, tanto jornalistas profissionais como pessoas sem formação jornalística podem informar e serem informados a qualquer altura.
Entre os dois termos (jornalista cidadão e jornalista profissional) existem diferenças que se baseiam essencialmente “nos produtores da informação (nos blogues, uma pessoa ou um grupo restrito; nos sites de citizen journalism, sempre várias pessoas às quais se pode juntar, em muitos casos, quem quiser); e no processo (os sites de citizen journalism incluem um sistema de revisão de conteúdo por editores ou pessoas com cargos semelhantes).”, como refere João Pedro Pereira, jornalista do Público no seu blog “Engrenagem”.
O cidadão passa a ter as mesmas “armas” de trabalho que o próprio jornalista enfraquecendo, decerta forma, a qualidade do jornalismo.



http://www.jppereira.com/engrenagem/?p=208

O Fenómeno "The Beatles"

Foi na década de 60 que, em Liverpool, nasceu um dos maiores fenómenos da pop mundial: The Beatles. John Lenon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Star foram os protagonistas deste sonho para milhares de adolescentes, e não só, naquela altura por todo o mundo.
O sucesso do grupo foi muito além da música. A “Beatlemania”, como ficou designada esta “febre” pelo grupo, era a cópia dos cortes de cabelo, da maneira de vestir e mesmo da maneira de ser dos jovens que veneravam os “The Beatles”. Todo o aparato à volta deles levou a que fossem a banda mais bem-sucedida da história.
Era um grupo que primava pela diferença visto terem alterado todo o panorama musical da altura. O álbum “Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band” foi o primeiro do mundo a ter o livro com fotos e letras das canções e foi o primeiro grupo a elaborar videoclips dos seus temas. Foi uma reviravolta no panorama musical e a nível social.
Um exemplo marcante deste mito é o site www.thebeatles.com.br, o mais antigo site brasileiro sobre a banda que ainda hoje tem actualizações recentes. Dentro do próprio site existe a opção de assinar um Jornal, “Jornal Beatles Brasil” que já conta com dez edições. É um jornal dedicado aos fans da banda e com conteúdos inéditos. É elaborado pela mesma equipa que mantém o site.
Os “The beatles” muito mais que uma simples banda de pop foram e são um fenómeno a nível mundial. Qualquer geração sabe, ainda que apenas trautear, uma ou outra música do grupo e nas mais diversas situações esta é lembrada.